segunda-feira, 9 de agosto de 2010

QUE (OU QUEM) SOMOS?

O objetivo principal da busca pelo autoconhecimento é descobrir que ou quem somos. Sabe-se, por informação de diferentes religiões e filosofias, que nós somos, em essência, seres creados à imagem e semelhança de Deus, isto é, centelhas Divinas, seres imortais, perfeitos, co-creadores, individualizados, dotados de inteligência, consciência e livre-arbítrio. No entanto, considerando que não sabemos que é Deus, continuamos sem saber quem somos.
Não sabemos que é Deus, mas conhecemos alguns de seus atributos tais como ser eterno, imutável, onipotente, onipresente, onisciente, increado, infinito (ilimitado), imaterial e único. Com base nesses atributos, podemos então ter algumas idéias sobre a nossa essência. Não podemos, entretanto, confundir o creador com a creatura, o autor com a sua obra. O Deus que existe em nós é o mesmo Deus que nos creou. Há quem diga (Mirdad) que Deus não existiria sem nós e que Ele necessita das nossas vidas para viver a Dele. Nós somos a manifestação dEle! Temos que nos conscientizar disso! É necessário tomar consciência do poder Divino que existe em nós e que é infinito.
O conhecimento de nossa essência, portanto, nos leva ao próprio Deus. Tudo que existe, já existiu ou vai existir também nos leva a Deus. As existências são, na realidade, Deus se manifestando na diversidade de suas creações. A nossa existência passa a ser uma espécie de “sonho Divino”, ou seja, nós existimos apenas porque Ele existe. Assim, podemos e devemos assumir o nosso poder e perfeição de modo a realizar a vontade do próprio Deus. É importante nos conscientizarmos de nossa essência Divina para nunca nos sentirmos tristes, diminuídos, abandonados, impotentes, solitários ou desconectados do Todo. Ao contrário disso, devemos sempre procurar sentir e atuar nos universos como sendo seres Divinos, co-creadores e capazes de realizar a vontade de Deus.
Mas que acontece quando “olhamos” para a creação Divina? Entendo por “olhamos” como sendo o somatório daquilo que pensamos, sentimos e fazemos. Que acontece quando olhamos para os nossos semelhantes, para os minerais, plantas e animais, para os universos (macro e micro)? Que acontece quando olhamos para um criminoso, um viciado, um enfermo, um parceiro, um parente, um amigo, um inimigo? Que acontece quando olhamos para determinada circunstância ocorrida no espaço, tempo ou na consciência? O ato de olharmos para diferentes manifestações Divinas nos causa diferentes atitudes, sentimentos e pensamentos? Por que isso acontece se estamos olhando, em realidade, para manifestações que, em essência, são perfeitas? Por que não conseguimos ver a realidade Divina na diversidade de suas manifestações? Se isto acontece é porque ainda não expandimos e clareamos suficientemente nossas consciências de modo que possamos ver a realidade em lugar de ver as aparências. Quando olhamos e julgamos algum de nossos semelhantes, estamos olhando e julgando a projeção de nossa própria sombra consciêncial, em lugar de apenas ver a perfeição Divina. Aquilo que vemos de imperfeito ou impuro nos semelhantes, nos seres ou nas coisas creadas por Deus, representa aquilo de “imperfeito”, “impuro” ou sombra que existe em nossa própria consciência. Portanto, analisando nossas reações físicas, emocionais e mentais ao olharmos para a diversidade das manifestações Divinas, podemos ter uma boa ideia do quanto nossa consciência já evoluiu. Assim, recomenda-se fazer uma análise cuidadosa dessas reações, para que possamos limpar e iluminar essas regiões de nossa consciência que nos impedem de ver a realidade Divina. A essência Divina também pode ser compreendida como sendo máximas expressões de Caridade, Amor e Sabedoria. Logo, é essencial que sempre busquemos e encontremos essas máximas, tanto dentro quanto fora de nós mesmos, para que vivamos a realidade e não a ilusão.