segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O ADOLESCENTE E A SUA SEXUALIDADE


        A ignorância responde por males incontáveis que afligem a criatura humana e confundem a sociedade. Igualmente perversa é a informação equivocada, destituída de fundamentos éticos e carente de estrutura de lógica.
        Na adolescência, o despertar da sexualidade é como o rom­per de um dique, no qual se encontram represadas forças inco­mensuráveis, que se atiram, desordenadas, produzindo danos e prejuízos em relação a tudo quanto encontram pela frente.
No passado, o tema era tabu, que a ignorância e a hipocrisia preferiam esconder, numa acomodação na qual a aparência deveria ser preservada, embora a conduta moral muitas vezes se encontrasse distante do que era apresentado.
Estabelecera-se, sub-repticiamente, que o imoral era a sociedade tomar conhecimento do fato servil e não o praticá­lo às ocultas.
          À medida que os conceitos se atualizaram, libertando-se dos preconceitos perniciosos, ocorreu o desastre da liber­tinagem, sem que houvesse mediado um período de amadurecimento emocional entre o proibido e o liberado, o que era considerado vergonhoso e sujo e o que é biológico e normal.
Evidentemente, após um largo período de proibição, imposta pela hegemonia do pensamento religioso arbitrário, ao ser ultrapassado pelo imperativo do progresso, surgiriam a busca pelo desenfreado gozo a qualquer preço e a entrega aos apetites sexuais, como se a existência terrena se resumisse unicamente nos jogos e nas conquistas da sensualidade, terminando pelo tombo nas excentricidades, nos comporta­mentos patológicos e promíscuos do abuso.
A sociedade contemporânea encontra-se em grave momento de conduta em relação ao sexo, particularmente na adolescência. Superada a ignorância do passado, contempla, assustada, os desastres morais do presente, sofrendo terríveis incertezas acerca do futuro.
A orientação sexual sadia é a única alternativa para o equilíbrio na adolescência, como base de segurança para toda a reencarnação.
A questão, faça-se justiça, tem sido muito debatida, porém as soluções ainda não se fizeram satisfatórias. A visão materialista da vida, estimulando uma filosofia hedonista, responde pelos problemas que se constatam, em razão do conceito reducionista a que se encontra relegada a criatura humana.
Sem dúvida, o sexo faz parte da vida física, entretanto, tem implicações profundas nos refolhos da alma, já que o ser humano é mais do que o amontoado de células que lhe constituem o corpo.
Por essa razão, os conflitos se estabelecem tendo-se em vista a sua realidade espiritual, com anterioridade à forma atual, e complexas experiências vividas antes, que não foram felizes.
Talvez, em razão de ignorarem ou negarem a origem do ser, como Espírito imortal que é, inúmeros psicólogos, sexólogos e educadores limitam-se, com honestidade, a preparar a criança de forma que apenas conheça o corpo, identifique suas funções, entre em contato com a sua realidade física. A proposta é saudável, inegavelmente; todavia, o corpo reflete os hábitos ancestrais, que provêm das experiências anteriores, vivenciadas em outras existências corporais, que imprimiram necessidades, anseios, conflitos ou harmonias que ora se apresentam com predominância no comportamento.
O conhecimento do corpo, a fim de assumir-lhe os impulsos, propele o adolescente para a promiscuidade, a perversão, os choques que decorrem das frustrações, caso não esteja necessariamente orientado para entender o complexo mecanismo da função sexual, particularmente nas suas expressões psicológicas.
Inseguranças e medos, muito comuns na adolescência, procedem das atividades mal vividas nas jornadas anteriores, que imprimiram matrizes emocionais ou limitações orgânicas, deficiências ou exaltação da libido, preferências perturbadoras que exigem correta orientação, assim como terapia especia­lizada.
Aos pais cabe a tarefa educativa inicial. Todavia, mal equipados de conhecimentos sobre conduta sexual, castram os filhos pelo silêncio constrangedor a respeito do tema, deixando­-os desinformados, a fim de que aprendam com os colegas pervertidos e viciados, ou os liberam, ainda sem estrutura psicológica, para que atendam aos impulsos orgânicos, sem qualquer ética ou lucidez a respeito da ocorrência e das suas conseqüências inevitáveis.
Reunindo-se em grupos para intercâmbio de opiniões e experiências de curiosidade, os adolescentes ficam a mercê de profissionais do vício, que os aliciam mediante as imagens da mídia perversa e doentia ou da prostituição, hoje disfarçada de intercâmbio descompromissado, para atender àqueles impulsos orgânicos ou de viciação mental, em relacionamentos rápidos quão insatisfatórios.
Quando se pretende transferir para a Escola a responsa­bilidade da educação sexual, corre-se o risco, que deverá ser calculado, de o assunto ser apresentado com leveza, irresponsabilidade e perturbação do próprio educador, que vive conflitivamente o desafio, sem que o haja solucionado nele próprio de maneira correta.
Anedotário chulo, palavreado impróprio, exibição de aberrações, normalmente são utilizados como temas para as aulas de sexo, a desserviço da orientação salutar, mais aturdindo os adolescentes tímidos e inseguros e tornando cínicos aqueles mais audaciosos.
A questão da sexualidade merece tratamento especiali­zado, conforme o exige a própria vida.
O ser humano não é somente um animal sexual, mas também racional, que desperta para o comando dos instintos sob o amparo da consciência.
Todos os seus atos merecem consideração, face aos efeitos que os sucedem.
No que diz respeito ao sexo, este requer o mesmo tratamento e dignificação que são dispensados aos demais órgãos, com o agravante de ser o aparelho reprodutor, que possui uma alta e expressiva carga emocional, desse modo requisitando maior soma de responsabilidade, assim como de higiene e respeito moral.
O controle mental, a disciplina moral, os hábitos saudáveis no preenchimento das horas, o trabalho normal, a oração ungida de amor e de entrega a Deus, constituem metodologia correta para a travessia da adolescência e o despertar da idade da razão com maturidade e equilíbrio.
O sexo orientado repousa e se estimula na aura do amor, que lhe deve constituir o guia seguro para eqüacionar todos os problemas que surgem e preservá-lo dos abusos que alucinam.
Sexo sem amor é agressão brutal na busca do prazer de efêmera duração e de resultado desastroso, por não satisfazer nem acalmar.
Quanto mais seja usado em mecanismo de desesperação ou fuga, menos tranqüilidade proporciona.
Tendo-se em vista a permuta de hormônios e o fenômeno biológico procriativo, o sexo deve receber orientação digna e natural, sem exagero de qualquer natureza ou limitação absurda, igualmente desastrosa.
A força, não canalizada, deixada em desequilíbrio, danifica e destrói, seja ela qual for.
A de natureza sexual tem conduzido a história da humanidade, e, porque, nem sempre foi orientada corretamente, os desastres bélicos que sucederam as hecatombes morais, sociais, espirituais, têm sido a colheita dos grandes conquistadores e líderes doentios, reis e ditadores ignóbeis, que dominaram os povos, arrastando-os em cativeiros hediondos, porque não conseguiram dominar-se, controlar essa energia em desvario que os alucinava.
Examine-se qualquer déspota, e nele se encontrarão registros de distúrbios na área do comportamento sexual.
Desse modo, na fase da irrupção da adolescência e dos órgãos secundários, impõe-se o dever de completar-se a orientação do sexo que deve ser iniciada na infância, de forma que o jovem se dê conta que o mesmo existe em função da vida e não esta como instrumento dele.

Fonte: Adolescência e vida. Divaldo Pereira Franco (espírito Joanna de Ângelis)

A GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA

           A gravidez na adolescência é um dos grandes problemas-desafio da atualidade, em razão do número crescente de jovens despreparadas para a maternidade, que se deparam em situação deveras perturbadora, gerando grave comprometimento social.
          Dominados pela curiosidade e espicaçados por uma bem urdida estimulação precoce, que faculta a promiscuidade dos relacionamentos, os adolescentes facilmente se entregam às experiências sexuais sem nenhuma preparação psicológica, menos ainda responsabilidade de natureza moral.
          Desconhecendo os fatores propiciatórios da fecundação e sem qualquer orientação cultural em torno do intercâmbio sexual, permitem-se o intercurso dessa natureza com sofreguidão e sob conflitos, tendo de enfrentar o gravame da concepção fetal.
          Ao darem-se conta da ocorrência inesperada, recorrem a expedientes perigosos, a pessoas inescrupulosas, quase sempre interessadas na exploração da ignorância, e culminam na execução do crime covarde do aborto clandestino, com todos os riscos decorrentes dessa atitude cruel.
Iniciada a malfadada fuga, novas ocorrências criminosas têm lugar, porque o adolescente perde a identidade moral e, aturdido, deixa-se arrastar a novos tentames, cujos resultados são sempre infelizes. Quando isso não ocorre, porque desti­tuídos do sentimento de amor, que os poderia unir, são as futuras mães deixadas a mercê da família ou da própria sorte, trazendo ao mundo os desamparados rebentos que experimen­tarão a orfandade, não obstante os pais desorientados perma­neçam vivos.
Despertando lentamente para os sentimentos mais graves, e dando-se conta da alucinação juvenil, agora irreversível, essas jovens imaturas e frustradas atiram-se nos resvaladouros do descalabro, perdendo o senso da dignidade feminina e tornando-se objetos de fácil posse, quando não recorrem às fugas desordenadas pelas drogas químicas, pelo álcool, pela prostituição destruidora.
Urgem atitudes que possam despertar os adolescentes para a utilização do sexo com responsabilidade, na idade adequada, quando houver equilíbrio fisicopsíquico, amadurecimento emocional com a competente dose de compreensão dos efeitos que decorrem das uniões dessa natureza.
O sexo é um órgão com função específica e portador de exigências graves na área dos deveres, que aparecem como conseqüência do seu uso. Quando utilizado com insensatez, sem o contributo da razão, por desejos infrenes, ao envolver os parceiros estabelece um vínculo emocional que não deve ser rompido levianamente. Muitas tragédias dos sentimentos têm início nas rupturas abruptas da afetividade despertada pelo interesse sexual. Pode uma das pessoas não estar realmente interessada na outra, não obstante a recíproca pode não ser verdadeira, e, ao sentir-se a sós, aquele que se encontra abandonado passa a experimentar tormentos e conflitos muito perturbadores, quando não se rebela contra a função sexual, gerando problemas mais profundos, que irão comprometer-lhe toda a existência, em razão da leviandade de quem se foi, indiferente pelo destino de quem ficou...
Na adolescência, porque os interesses giram em torno da identidade, da sexualidade, da afirmação da personalidade, além de outros, a atração entre os jovens é inevitável, produzindo grande empatia e estímulos que devem ser cultivados, porqüanto isso faz parte da formação do seu conceito de sociedade e de auto-realização. Todavia, é indispensável insistir quanto aos cuidados que devem ser tomados pelos moços em razão da precipitação em assumir atitudes e compromissos para os quais não estão preparados, tornando-se fáceis vítimas da imprudência e do desconheci­mento.
Sob outro aspecto, porque os sentimentos ainda não estão maduros e o desconhecimento da função sexual é total, o ato não corresponde à expectativa ansiosa do adolescente, que se sente defraudado, receando novas experiências, ou precipitando-se em outras tantas a fim de descobrir os encantamentos a que as demais pessoas se referem com entusiasmo e que ele não vivenciou.
A educação sexual, portanto, tem regime de grande urgência, ao lado de um programa de dignificação da função genésica muito barateada por personagens atormentadas, que se tornam líderes da massa juvenil, e que, fugindo dos próprios conflitos perturbadores, estimulam-lhes o uso desordenado. Outras vezes, mediante caricaturas perversas, procuram influir na conduta juvenil, massificando todos no mesmo nível de comportamento estranho e inquietador, deixando-os insaciáveis e cínicos, enquanto afirmam que a única função da vida é o prazer imediato, sendo o sexo a válvula de escapamento para a insegurança, a insatisfação emocional e o fracasso de que se sentem possuídos, mesmo quando se sentam nos tronos dos triunfos ilusórios que a mídia lhes proporciona, sem os realizarem interiormente.
A maternidade é o momento superior de dignificação da mulher, quando todos os valores do sentimento e da razão se conjugam para o engrandecimento da vida. Faltando, à adolescente, experiência e conhecimento dos valores existen­ciais durante a gravidez, o período é atormentado, sendo trans­mitido ao feto inquietação e desassossego, quando não a revolta pela concepção indesejada.
Raramente acontece o fenômeno da compenetração maternal, quando se trata de Espírito afim, que volve ao regaço da afetividade de maneira inesperada, recompondo o passado de lutas e desares, com que ambos se encontram nos caminhos do amor: mãe e filho.
A maternidade na adolescência é dos mais tormentosos fenômenos que o sexo irresponsável produz, face às conseqüências que gera.
Orientar o adolescente quanto aos valores do sexo, ante a vida e o amor, é dever que todos os indivíduos se devem impor, auxiliando a mentalidade juvenil a encontrar o rumo de segurança para a felicidade, sem as cargas aflitivas provindas da leviandade do período anterior.

Fonte: Adolescência e vida. Divaldo Pereira Franco (espírito Joanna de Ângelis)

O ADOLESCENTE E O SUICÍDIO

          Não conseguindo a auto-identificação mediante o processo de educação a que se encontra submetido, ou portador de um distúrbio psicótico maníaco-depressivo que não conseguiu superar, ou experimentando frustrações decorrentes de conflitos íntimos, o adolescente imaturo opta pela solução adversa do suicídio. 
Sem estrutura emocional para enfrentar os imperativos psicossociais, ou mesmo os desafios dos relacionamentos interpessoais, ou aturdido pelas seqüelas das drogas aditivas, ou empurrado a plano secundário no lar, o adolescente parece não encontrar caminho que deva ser percorrido, tombando no autocídio infame, de conseqüências, infelizmente imprevisíveis e estarrecedoras.
Ignorando a realidade da vida na sua magnitude e profundidade, procura solucionar os problemas normais, pertinentes ao seu crescimento, da maneira mais absurda, que é a busca da morte, em cujo campo ressurge vivo, agora sob a carga insuportável da ocorrência elegida para fugir, do combate, que o elevaria a estágio superior de conhecimento e de auto-realização.
A existência corporal é enriquecedora, exatamente por ser constituída de ocorrências, às vezes, antagônicas, que aparentemente se chocam, quando em realidade se completam, quais sejam a alegria e a tristeza, a saúde e a enfermidade, o êxito e o fracasso, a conquista e a perda, o bem e o mal, que se harmonizam em fascinantes mosaicos de experiências, resultando em vivências positivas pelo processo de atravessar e conhecer as diferentes áreas do mecanismo da evolução. Não houvesse esses fenômenos díspares e nenhum sentido existiria na metodologia do conhecimento, por faltar a participação ativa nos acontecimentos que fazem o cotidiano.
A desinformação a respeito da imortalidade do ser e da reencarnação responde pela correria alucinada na busca do suicídio, com a proposta de encontrar nele solução para as dificuldades que são ensanchas de progresso, sem as quais se permaneceria estacionado no patamar em que se transita. E essa falta de esclarecimento é maior no período infanto-juvenil, como compreensível, facultando a fuga hedionda da existência carnal, rumando para a tragédia da continuação da experiência que se desejou abandonar, agora piorada pelos efeitos trágicos da ação infeliz, que aumenta o fardo de desar, exatamente por causa do alucinado e covarde gesto de fuga.
O ser humano está fadado à glória estelar, que deverá conquistar a esforço pessoal, galgando cada degrau que o leva às alturas com o esforço próprio, mediante o qual se aprimora e consegue superar-se. Toda ascensão provoca reações com­patíveis com o estágio que se alcança, exigindo renovação de forças, ampliação de resistência para conseguir os cumes anelados. É natural, portanto, que surjam impedimentos que se apresentam como testes de avaliação, que selecionam aqueles que se encontram mais bem dotados e fortalecidos para o êxito.
Desistência é prejuízo na economia da auto-realização e fuga é desastre no empreendimento da evolução, que ninguém consegue sem grandes prejuízos.
No período de infância e de adolescência, o ser forma o caráter sob as heranças das reencarnações anteriores, que se expressam, nem sempre de forma feliz, produzindo, às vezes, choques e dores que devem ser atenuados, canalizados pela educação, pelos exercícios moralizadores, até que se fixem as disposições definidoras do rumo feliz. Nunca, porém, a caminhada se dará sem dificuldade, sem tropeço, sem esforço. Quem alcança uma glória sem luta, não é digno dela.
O suicídio brutal, violento, é crueldade para com o próprio ser. No entanto, há também o indireto, que ocorre pelo desgastar das forças morais e emocionais, das resistências físicas no jogo das paixões dissolventes, na ingestão de alimentos em excesso, de bebidas alcoólicas, do fumo pernicioso, das drogas aditícias, das reações emocionais rebeldes e agressivas, do comportamento mental extravagante, do sexo em uso exagerado, que geram sobrecargas destrutivas nos equipamentos físicos, psicológicos e psíquicos...
O materialismo, que infelizmente grassa, sem qualquer disfarce, na sociedade, que se apresenta em grupos religiosos, salvadas as naturais exceções, coloca suas premissas no comportamento das pessoas e as propele para a conquista hedonista, para o gozo material exclusivo, empurrando as suas vítimas para as fugas alucinantes, quando os propósitos anelados não se fazem coroar pelos resultados esperados.
O adolescente, vivendo nesse clima de lutas acerbas e não havendo recebido uma base moral de sustentação segura, na vida física vê somente a superficialidade, o prazer mentiroso, a ilusão que comandam os comportamentos de todos, em terríveis campeonatos de loucura.
Desfilam os líderes da aberração nos carros do triunfo enganoso, e muitos deles, não suportando a coroa pesada que os verga, são tragados pela overdose das drogas do desespero, que os retira do corpo mais dementados e atônitos do que antes se encontravam.
Noutros casos, são consumidos pelas viroses irreversíveis, especialmente pela Síndrome de imunodeficiência adquirida, que os exaure e consome a pouco e pouco, tornando-os fantasmas desprezíveis e aparvalhantes para aqueles mesmos que antes os endeusavam, imitavam e buscavam a sua convivência a peso de ouro e de mil abjeções.
O adolescente, cuja formação padece constantes alterações comportamentais, necessitando de apoio e de diretriz emocional, desejando viver experiências adultas, sem alicerces psicológicos de segurança, naufraga, sem forças, arrastado pelas poderosas correntezas dos grupos sociais, nos quais transita, grupos esses, quase sempre, constituídos por enfermos e desestruturados quanto ele próprio.
Quando o lar se tornar escola de real educação, e a escola se transformar em lar de formação moral e cultural, a realidade do Espírito fará parte das suas programações éticas, sem o caráter impositivo de doutrina religiosa compulsivo-obsessiva, porém com a condição de disciplina educativo-moralizadora que é, da qual ninguém se poderá evadir ou simplesmente ignorar, então o suicídio na adolescência cederá lugar à resistência espiritual para enfrentar as vicissitudes e os desafios, mediante amadurecimento íntimo e compreensão dos valores éticos que constituem a vida.
Através de uma visão correta sobre a realidade do ser, do seu destino, dos seus objetivos na Terra, o adolescente aprenderá a esperar, semeando e cuidando da gleba na qual prepara o futuro, a fim de colher os frutos especiais no momento próprio, frutos esses que não lhe podem chegar antes do tempo.
Descartando-se as impulsões autodestrutivas, que resultam de psicopatologias graves, mas que também podem ser devidamente tratadas, as ocorrências que levam ao suicídio na adolescência serão sanadas, e se alterará a paisagem emocional do jovem, a fim de que ele desenvolva o seu processo reencarnatório em paz e esperança, ganhando conhecimentos, adquirindo sabedoria e construindo o mundo novo no qual o amor predominará, a infância e a juventude receberão os cuidados que merecem na sua condição de perenes herdeiros do futuro.

Fonte: Adolescência e vida. Divaldo Pereira Franco (espírito Joanna de Ângelis)

O ADOLESCENTE E O PERIGO DA AIDS

              A adolescência é a formosa fase da existência física, na qual o sonho e a fantasia dão-se as mãos, na busca do fantástico e do deslumbramento. Rica de inexperiências, o seu é o campo da pesquisa, da vivência e mediante esses comportamentos o jovem adquire maturidade, descobre o mundo e aprende a discernir entre aquilo que deve ou não fazer. Cada erro ensina-lhe a corrigir-se e a adquirir capacidade para o futuro acerto, desde que se encontre forrado de ideais de legítimo interesse pela aprendizagem. Os seus parâmetros renovam-se com muita freqüência, porque a ilusão de um momento se transforma em realidade noutro, assim impulsionando-o a novas tentativas.
          Descobrindo a própria sexualidade e a do seu próximo, a curiosidade povoa-lhe o universo da mente e os desejos espocam no corpo em forma de ansiedade, às vezes mal contida.
Não tendo uma formação ética bem consolidada, é direcionado para a iniciação vulgar, relâmpago, destituída de compromisso, correndo o risco de contaminar-se de inúmeras enfermidades, particularmente a sífilis com todo o seu séquito de seqüelas e a AIDS.
Evitando os mecanismos preventivos de contágio, ou porque a ocorrência se apresenta precipitadamente, ou em circunstâncias imprevistas, torna-se mais vulnerável aos riscos das doenças infecto-contagiosas, dentre as quais se destaca a ora denominada peste branca.
Outrossim, atraído ao consumo de drogas injetáveis, entre tormentos e ansiedades volumosas, participa das sessões coletivas, utilizando-se de agulhas usadas, que se fazem portadoras do vírus e torna-se, sem o perceber, soropositivo, abrindo campo para a degenerescência orgânica futura.
Somente a educação dos hábitos sexuais, através da disciplina bem direcionada, e a total abstinência de uso de drogas de qualquer natureza, especialmente as injetáveis, podem assegurar ao indivíduo em geral e ao adolescente em particular permanecerem imunes à AIDS.
Certamente existem os casos das transfusões de sangue contaminado, que a negligência das autoridades sanitárias e médicas podem e devem evitar, no entanto a ocorrência de casos é bem menor do que naqueles acima referidos.
Mesmo quando se recomenda o uso de preservativos para os relacionamentos sexuais seguros, merece seja conside­rado que o vírus da AIDS é menor que o poro do látex, que é a matéria prima essencial para a confecção dos mecanismos preventivos. Tem havido muitos casos, nos quais o esperma­tozóide atravessa o látex protetor e realiza a fecundação feminina, isto porque o mesmo mede cerca de três mícrons, tamanho menor do que os poros do preservativo. Conside­rando-se que o vírus da AIDS é dez vezes menor do que o espermatozóide, portanto, medindo aproximadamente 0,1 mícron, as possibilidades de atravessarem os poros do látex são incontáveis.
As pessoas gostam muito de vivenciar regimes de exceção e é muito comum asseverarem que determinadas ocorrências negativas não lhes acontecem, como se a sua leviandade as imunizasse contra as conseqüências desastrosas da insensatez.
Da mesma forma pensam, muitos adolescentes, que se entregam a riscos desnecessários, confiando na boa fortuna ou na fada madrinha, que os iriam proteger mesmo sem qualquer merecimento da parte deles.
Qualquer fator degenerativo, que decorra de contamina­ção microbiana ou virótica, atinge todas as criaturas humanas, não havendo pessoas imunes à ocorrência.
Os cientistas detectaram pouquíssimos indivíduos que se não contaminaram com o vírus HIV, não obstante os relacionamentos promíscuos que se têm permitido na área do sexo, e os estudam, procurando respostas para o fato, cujas razões devem encontrar-se na estrutura orgânica através de resistências específicas. Da raridade do acontecimento à generalização, medeia, no entanto, uma distância infinita, que não pode ser ignorada.
Quando o indivíduo se permite licenças morais, não apenas as suas defesas orgânicas entram em desequilíbrio, mas também aquelas que procedem do Espírito através do psiquismo, fonte geradora da vida. O hábito doentio da permissividade produz enzimas psíquicas que agridem o sistema imunológico e desarticulam as defesas do corpo. Ademais, fazemos parte do grupo de estudiosos que acreditam possuírem, as células, um tipo de consciência embrionária individual, que merece respeito, mediante cujo intercâmbio se obtém a de natureza global, aquela que é expressa pelas experiências do ser espiritual.
Assim sendo, toda vez que a mente desavisada ou viciosa planeja atividades perturbadoras e vulgares, agride a consciência de equilíbrio com diversas células, que passam a funcionar irregularmente, dando início ao campo receptivo para as infecções, as contaminações. Esse acontecimento poderia ser então considerado da seguinte forma: não são os microorganismos destrutivos que produzem as doenças no ser humano, mas o psiquismo em deterioramento, que abre campo vibratório para que os invasores se instalem e desenvolvam os processos de enfermidades.
A partir do momento em que se reconsiderem atitudes e linhas de pensamentos, contribui-se definitivamente para a mudança de campo propiciatório à recomposição da saúde, ao tempo em que as substâncias medicamentosas produzirão os efeitos desejados por melhor receptividade celular.
A mente e o comportamento estão associados aos complexos mecanismos da saúde e da doença, contribuindo de forma eficaz para a instalação de uma ou de outra.
No caso do adolescente, em razão da sua imaturidade e da falta de reflexão mental no cotidiano, o problema das infecções é muito mais perturbador, porqüanto, ao detectar qualquer processo em instalação, o medo o assalta, passando a contribuir psiquicamente para a sua ampliação.
Uma conduta saudável, que resulta de pensamentos edificantes e equilibrados, constitui o melhor caminho para uma existência juvenil feliz, sem os riscos dos desequilíbrios emocionais nem das enfermidades degenerativas, particularmente da AIDS, cuja cura ainda se encontra algo distante de ser conseguida, embora as notícias auspiciosas que aparecem a cada momento.
Vida, portanto, saudável, em qualquer período da existência, particularmente na adolescência, é a receita para a felicidade.

Fonte: Adolescência e vida. Divaldo Pereira Franco (espírito Joanna de Ângelis)

O ADOLESCENTE E O PROBLEMA DAS DROGAS

          Caracterizado pelo abandono a que se sente relegado o jovem no lar, esse estigma o acompanha na escola, no grupo social, em toda parte, tornando-o tão amargurado quão infeliz.
Entre os impedimentos para a auto-identificação, no período da adolescência, destaca-se a rejeição.
Sentindo-se impossibilitado de auto-realizar-se, o adolescente, que vem de uma infância de desprezo, foge para dentro de si, rebelando-se contra a vida, que é a projeção inconsciente da família desestruturada, contra todos, o que éuma verdadeira desdita. Daí ao desequilíbrio, na desarmonia psicológica em que se encontra, é um passo.
Os exemplos domésticos, decorrentes de pais que se habituaram a usar medicamentos sob qualquer pretexto, especialmente Valium e Librium, como buscas de equilíbrio, de repouso, oferecem aos filhos estímulos negativos de resistência para enfrentar desafios e dificuldades de toda natureza. Demonstrando incapacidade para suportar esses problemas sem a ajuda de mecanismos químicos ingeridos, abrem espaço na mente da prole, para que, ante dificuldades, fuja para os recantos da cultura das drogas que permanece em voga..
Por outro lado, a exuberante propaganda, a respeito dos indivíduos que vivem buscando remédios para quaisquer peque­nos achaques, sem o menor esforço para vencê-los através dos recursos mentais e atividades diferenciadas, produz estímulos nas mentes jovens para que façam o mesmo, e se utilizem de outro tipo de drogas, aquelas que se transformaram em epi­demia que avassala a sociedade e a ameaça de violência e loucura.
O alcoolismo desenfreado, sob disfarce de bebidas sociais, levando os indivíduos a estados degenerativos, a perturbações de vária ordem, torna-se fator predisponente para as famílias seguirem o mesmo exemplo, particularmente os filhos, sem estrutura de comportamento saudável.
O tabagismo destruidor, inveterado, responde pelas enfermidades graves do aparelho respiratório, criando dependência irrefreável, transformando-se em estímulo nas mentes juvenis para a usança de tais bengalas psicológicas, que são porta de acesso a outras substâncias químicas mais perturbadoras.
A utilização da maconha, sob a justificativa de não ser aditiva, apresentada como de conseqüências suaves e sem perigo de maiores prejuízos, com muita propriedade também denominada erva do diabo, cria, no organismo, estados de dependência, que facultarão a utilização de outras substâncias mais pesadas, que dão acesso à loucura, ao crime, em desesperadas deserções da realidade, na busca de alívio para a pressão angustiante e devoradora da paz.
Todas essas drogas tornam-se convites-soluções para os jovens desequipados de discernimento, que se lhes entregam inermes, tombando, quase irremissivelmente, nos seus vapores venenosos e destruidores, que só a muito custo conseguem superar, após exaustivos tratamentos e esforço hercúleo.
Os conflitos, de qualquer natureza, constituem os motivos de apresentação falsa para que o indivíduo se atire ao uso e abuso de substâncias perturbadoras, hoje ampliadas com os barbitúricos, a heroína, a cocaína, o crack e outros opiáceos.
E não faltam conflitos na criatura humana, principal­mente no jovem que, além dos fatores de perturbação referidos, sofre a pressão dos companheiros e dos traficantes — que se encontram nos seus grupos sociais com o fim de os aliciar; a rebelião contra os pais, como forma de vingança e de liberdade; a fuga das pressões da vida, que lhe parece insuportável; o distúrbio emocional, entre os quais se destacam os de natureza sexual...
A educação no lar e na escola constitui o valioso recurso psicoterapêutico preventivo em relação a todos os tipos de drogas e substâncias aditivas, desvios comportamentais e sociais, bengalas psicológicas e outros derivativos.
A estruturação psicológica do ser é-lhe o recurso de segurança para o enfrentamento de todos os problemas que constituem a existência terrena, realizando-se em plenitude, na busca dos objetivos essenciais da vida e aqueloutros que são conseqüências dos primeiros
Quando se está desperto para as finalidades existenciais que conduzem à auto-realização, à auto-identificação, todos os problemas são enfrentados com naturalidade e paz, porqüanto ninguém amadurece psicologicamente sem as lutas que fortalecem os valores aceitos e propõem novas metas a conquistar.
Os mecanismos de fuga pelas drogas, normalmente produzem esquecimento, fugas temporárias ou sentimento de maior apreciação da simples beleza do mundo, o que é de duração efêmera, deixando pesadas marcas na emoção e na conduta, no psiquismo e no soma, fazendo desmoronar todas as construções da fantasia e do desequilíbrio.
É indispensável oferecer ao jovem valores que resistam aos desafios do cotidiano, preparando-o para os saudáveis relacionamentos sociais, evitando que permaneça em isolamento que o empurrará para as fugas, quase sem volta, do uso das drogas de todo tipo, pois que essas fugas são viagens para lugar nenhum.
Sempre se desperta desse pesadelo com mais cansaço, mais tédio, mais amargura e saudade do que se haja experimentado, buscando-se retornar a qualquer preço, destruindo a vida sob os aspectos mais variados.
Por fim, deve-se considerar que a facilidade com que o jovem adquire a droga que lhe aprouver, tal a abundância que se lhe encontra ao alcance, constitui-lhe provocação e estímulo, com o objetivo de fazer a própria avaliação de resultados pela experiência pessoal. Como se, para conhecer-se a gravidade, o perigo de qualquer enfermidade, fosse necessário sofrê-la, buscando-lhe a contaminação e deixando-se infectar.
A curiosidade que elege determinados comportamentos desequilibradores já é sintoma de surgimento da distonia psicológica, que deve ser corrigida no começo, a fim de que se seja poupado de maiores conflitos ou de viagens assinaladas por perturbações de vária ordem.
Em todo esse conflito e fuga pelas drogas, o amor desempenha papel fundamental, seja no lar, na escola, no grupo social, no trabalho, em toda parte, para evitar ou corrigir o seu uso e o comprometimento negativo.
O amor possui o miraculoso condão de dar segurança e resistência a todos os indivíduos, particularmente os jovens, que mais necessitam de atenção, de orientação e de assistência emocional com naturalidade e ternura.
Diante, portanto, do desafio das drogas, a terapia do amor, ao lado das demais especializadas, constitui recurso de urgência, que não deve ser postergado a pretexto algum, sob pena de agravar-se o problema, tornando-se irreversível e de efeitos destruidores.

Fonte: Adolescência e vida. Divaldo Pereira Franco (espírito Joanna de Ângelis)

O ADOLESCENTE E OS TRANSTORNOS SEXUAIS

          Na fase do desenvolvimento orgânico do jovem, a glândula hipofisiária desempenha papel preponderante a fim de que ocorra o crescimento na puberdade.
Essa glândula se encontra localizada na base do cérebro, a ele se ligando por intermédio de fibras nervosas. Por ocasião do amadurecimento das células que constituem o hipotálamo, que é um centro nervoso regulador do equilíbrio, sinais específicos são direcionados à glândula hipofisiária para que sejam liberados os hormônios que se encontram inibidos. Essa liberação produz um imediato efeito na maioria das glândulas do sistema endocrínico, tais a tireóide, a epífise, a adrenal, os testículos, os ovários, que se encarregam de produzir os seus hormônios, tais os androgênos, que são masculinizantes, os estrogénios, que são feminilizantes, as progestinas — específicas para proporcionar a gravidez — que desempenham papel fundamental no crescimento e no desenvolvimento do sexo.
Definem-se, concomitantemente, os caracteres anexos das expressões sexuais, completando as formas biológico-anatômicas e contribuindo para a identidade e a psicologia do adolescente.
Cargas genéticas se manifestam e o tumulto emocional se estabelece, nem sempre de forma harmônica, dando surgimento aos conflitos que irão afetar-lhe o comportamento, gerando, algumas vezes, patologias graves.
Fatores variados interferem nesse momento e, graças àpresença da progesterona e de outros hormônios em ambos os sexos, o jovem masculino pode revelar simultaneamente tendências e eleição por atividades femininas, facultando-lhe uma conduta andrógina, o mesmo ocorrendo com a moça que se resolve por esportes que exigem força e habilidades comuns ao homem, ou adota profissões de comando, de ação fora do lar na competitividade do mercado de trabalho.
Essa androginia tem enriquecido muitos adolescentes, auxiliando-os a desenharem o futuro e conquistá-lo, desde que não permitam ao tecido moral e social esgarçar-se nos devaneios perturbadores que empurram para o homossexua­lismo na sua feição promíscua.
‘Por outro lado, os fatores psicossociais e domésticos podem levar o jovem a uma preferência psicológica e afetiva por outrem do mesmo sexo, sem que se manifestem as tendências para a conduta expressa em relacionamentos profundos de intercurso desequilibrante, que lhe afetem o comportamento orgânico e emocional.
A frustração materna, da genitora que anelava por um filho e gerou uma menina, ou vice-versa, passando a cuidar do ser em formação conforme houvera preferido recebê-lo, pode contribuir para que se instale uma distonia entre a forma e a psicologia da criança, mais tarde adolescente, engendrando mecanismo de fuga para a incorporação da personalidade que lhe foi projetada e não lhe corresponde à forma física.
Nesse capítulo, ainda têm destaque a preferência doentia da supermãe, as atitudes da mãe castradora, do pai arbitrário ou negligente, que interferem no desenvolvimento do filho, imprimindo-lhe no inconsciente imagens falsas da realidade, que ressumam na adolescência em forma de desidentificação sexual, dando lugar aos conflitos, à insegurança quanto à sua capacidade de relacionamento equilibrado e estável, sem as preferências e opções homossexuais ou bissexuais, ou, ainda, sadomasoquistas, ou mesmo patológicas em geral...
Aprofundando mais a sonda nas psicogêneses do homo e do bissexualismo, o Espírito, em si mesmo, é sempre o modelador da sua organização através do corpo intermediário
— o perispírito — que plasmou uma anatomia corretora para os desmandos pretéritos na área do sexo, preservando a psicologia anterior, portanto diferente da anatomia.
O homem tirano e pervertido que explorou mulheres, que as submeteu às suas paixões lúbricas e as infelicitou, por necessidade de evolução recomeça no corpo com a forma feminina e as aptidões psicológicas masculinas. Da mesma maneira, a mulher que viveu da sensualidade e da perversão, havendo contribuído para sofrimentos nos lares equilibrados ou produzido dilacerações nas almas, renasce no corpo masculino com as matrizes psicológicas femininas ou em dificuldade de identificação sexual...
Vemo-los, na infância, desde os primeiros instantes do seu desenvolvimento, revelando interesse, usando roupas e apresentando ademanes do sexo oposto ao seu, e, ao crescerem, demonstrando maior soma de caracteres divergentes, inclusive na área da afetividade.
Nenhuma restrição a essas manifestações, perfeitamente naturais no decorrer do desenvolvimento e conquista evolutiva, passando pelas várias expressões da forma orgânica no sexo, a fim de somarem os valores e significados de um como os de outro — anima e anitnus, yang e yin — no processo de formação de um ser ideal, harmônico, saudável.
Na atualidade, também contribui largamente para a opção sexual, em oposição à própria polaridade, a bem urdida propaganda apresentada pela mídia, que alcança o adolescente em indecisão ou em insegurança, direcionando-o para condutas homo e bissexual, ou outras denominadas pervertidas que caracterizam estados psicopatológicos.
Ainda poderíamos recorrer à iniciação, quando adultos perversos e doentes estupram, ou desviam a atenção sexual do jovem em formação, empurrando-o para comportamentos alienados, em flagrante violência à sua liberdade de conduta.
Lamentavelmente, o uso indevido e alucinante do sexo irresponsável, em qualquer expressão na qual se apresente, responde por sérios distúrbios que assolam o organismo social, desajustando as criaturas que se movimentam estranhas, caricatas, ridículas umas, alienadas outras, não se contabili­zando aquelas que fogem para a depressão, o alcoolismo, as drogas aditivas, em decorrência das distonias sexuais que não conseguem superar.
Urge criar-se no adolescente a mentalidade do amor em relação à vida e especificamente ao sexo, face à sua complexidade, à sua função e finalidade, fundamentais na existência humana.
Procedente dos instintos agressivos e reprodutores por onde transitou, o psiquismo, em largo período, ao humanizar-se, sofre o pesado ônus dos automatismos, que à razão cumpre administrar e canalizar para os futuros cometimentos da iluminação interior.
Diante de qualquer distúrbio sexual ou mesmo da harmônica polaridade, antes de o adolescente ou mesmo o adulto se permitirem o uso, a ação promíscua ou abusiva, pergunte-se ao amor que fazer e como realizá-lo, e o amor responderá: — Não faça a outrem o que não gostaria que ele lhe fizesse, nem tampouco se faça a si mesmo, fruindo hoje um prazer fugaz, que resulta em um largo despertar entre danos prolongados.

Fonte: Adolescência e vida Divaldo Pereira Franco (espírito Joanna de Ângelis).