INTRODUÇÃO
Que significa “vida melhor”?
Significa progredir sempre em todos os aspectos da vida, tais como saúde, trabalho, amizade, relacionamento, esperança, fé, amor, segurança, finanças, social, etc. O progresso material e espiritual é uma dádiva Divina que nos permite adquirir e usar o conhecimento na realização do bem e na construção de um futuro melhor. Para progredir materialmente e espiritualmente é preciso abraçar o serviço de renovação interior, nos alicerces da disciplina, empreendendo, assim a nossa evolução consciente. Pela evolução externa nós dominamos o ambiente que nos cerca, mas é pela evolução interna que adquirimos virtudes, tais como a bondade, a paciência, a humildade, a tolerância, a sinceridade, a honestidade, etc., sem as quais não encontraríamos os caminhos de paz e entendimento que nos garantem a alegria e nos ajudam na ascensão espiritual.
Que significa “mais feliz”?
Significa estar cada vez mais satisfeito consigo mesmo e com tudo na vida. A felicidade é um estado de ser que depende de nosso grau de satisfação interior com tudo aquilo que somos (qualidades e defeitos) e com todas as coisas que temos (coisas materiais que Deus nos empresta). Geralmente, a felicidade é feita de pequenos momentos e de pequenos gestos. Podemos ser mais felizes observando as coisas que temos em lugar de observar aquelas que ainda não temos. Não devemos confundir o ser com o ter; o ter pode muitas vezes nos dar o conforto material, mas ele não compra o bem-estar espiritual. É importante saber equilibrar entre ter a riqueza e o ser generoso com as necessidades alheias para que todos nós sejamos mais felizes.
Que significa “família”?
A família é um grupo de indivíduos, ligados entre si por laços de sangue ou por laços espirituais, com o objetivo principal de aprender a amar uns aos outros. O ser humano depende da família biológica, sociológica, moral e espiritualmente. O homem necessita de companhia para o seu desenvolvimento material e espiritual. Na família aprendemos a amar aos outros e não apenas a nós mesmos para, no futuro, amarmos a todos indistintamente. Pagamos nossas dívidas do pretérito menos feliz e adquirimos valiosas experiências para o porvir. Conforme as necessidades espirituais, reunimo-nos, em família, com aqueles aos quais devemos algo do passado ou dos quais somos credores, ou ainda, nos aproximamos, uns dos outros, pelo desejo de progresso mútuo, embora nem sempre harmonioso e tranqüilo, como seria o ideal. Por mais difícil que seja o nosso relacionamento familiar, tudo devemos fazer para que, superando os obstáculos normais do caminho, possamos melhorar-nos, através da cooperação constante com aqueles que convivem conosco, pois isto redundará em nossa própria felicidade.
Portanto, "uma vida melhor e mais feliz em família é um objetivo que desejamos atingir, por meio do esforço contínuo em nossa melhoria, tanto material quanto espiritual, assim como na prática constante do bem".
COMO VIVER MELHOR E MAIS FELIZ EM FAMÍLIA
A vivência melhor e mais feliz em família pode ser comparada a um grande prédio que necessita de fortes pilares de concreto para a sua sustentação. Cada um desses pilares é necessário e importante e o seu enfraquecimento ou a sua destruição pode provocar a queda do prédio. Esses pilares representam os vários aspectos de nossa vida tais como: amor, saúde, fé, esperança, amizade, segurança, relacionamento, prosperidade e valores morais. Por causa disso, os pilares devem ser bem construídos e mantidos em boas condições, para não comprometer a sustentação do prédio. Uma vida melhor e mais feliz em família depende, portanto, de nossa dedicação a cada um desses pilares, de modo que a sustentação do prédio não fique ameaçada quando surgirem os problemas. Os tipos de problemas que mais podem prejudicar o estado dos pilares são: egoísmo, orgulho, ódio, preguiça, vícios e ignorância.
PILARES PARA SUSTENTAÇÃO DE UMA VIDA MELHOR E MAIS FELIZ EM FAMÍLIA
1. Amor
Que é amor?
O amor é o sentimento mais sublime que conhecemos e, ao mesmo tempo, é a energia mais poderosa do universo. A prática do amor é chamada de caridade. O amor é o sentimento que acima de tudo resume, de forma completa, a doutrina de Jesus. Ele disse: “Amareis ao Senhor vosso Deus de todo o vosso coração, de toda a vossa alma, e de todo o vosso espírito. Este é o maior e o primeiro mandamento. E eis o segundo que lhe é semelhante: amareis ao vosso próximo como a vós mesmos. Toda a lei e os profetas estão contidos nesses dois mandamentos.” (Mateus, 22:34-40). E depois disse: “Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. (João, 13: 34). O amor ao próximo é o princípio da caridade e amar aos inimigos é a sua aplicação máxima, pois esta virtude é uma das maiores vitórias alcançadas sobre o egoísmo e o orgulho.
Qual é a importância do amor?
A lição mais importante que necessitamos aprender na Terra é a vivência do amor e da caridade, único caminho da felicidade. Assim, quanto mais amarmos e fizermos outras pessoas felizes, maior será a nossa felicidade presente e futura. O amor deve ser vivenciado em nosso interior, na família, com as amizades, no trabalho, na vizinhança, enfim, com todas as pessoas e seres viventes. A lei de amor substitui o individualismo pela integração das criaturas e acaba com as misérias sociais. O próximo a quem devemos servir é sempre a pessoa que está mais perto de nós, seja ou não parente, amigo ou inimigo. Amar ao próximo é compreendê-lo, ampara-lo, socorre-lo e com ele colaborar sempre que de nós necessite.
Como pode o amor ajudar a família a viver melhor e mais feliz?
O amor transforma tudo para melhor. Tudo que fazemos com amor dá bons resultados, seja no lar, no trabalho, na escola, etc. Mesmo que não sejamos capazes de sentir o amor, podemos nos comportar de tal modo que o amor apareça na forma de caridade, tolerância, paciência, perdão, respeito, gentileza, cooperação, união, calma, ajuda ao próximo, diálogo, harmonia, prática do bem, compartilhamento sincero na alegria, conforto na tristeza, etc. Com o tempo passaremos a sentir o amor em nossos corações. É assim que o círculo virtuoso do amor nos transforma a todos em seres melhores e mais felizes. O amor também pode ser transmitido pelo pensamento e sentimento independentemente do tempo e do espaço. Os irmãos em humanidade, ainda que distantes, se tornam o nosso próximo pelo conhecimento que tenhamos de suas necessidades. Neste caso, poderemos ajudá-los com preces e sentimentos de amor. Devemos compartilhar com sinceridade, das alegrias do próximo, pois, o cristão, sente-se feliz com a felicidade alheia.
2. Saúde Física, Emocional, Mental e Espiritual
Que é saúde física, emocional, mental e espiritual?
É o estado do organismo ou a normalidade de suas funções em nossos aspectos físico, emocional, mental e espiritual. Esse estado depende da vivência adequada, equilibrada, natural e sadia em todos esses aspectos. Todo excesso ou falta de atividade nesses aspectos pode causar desequilíbrios em nossa saúde.
Qual é a importância de uma boa saúde física, emocional, mental e espiritual?
Nossos aspectos físico, emocional, mental e espiritual são preciosos recursos que Deus nos concede para aquisição de novas experiências na Terra. A boa saúde é necessária para tudo que façamos na vida. Nosso dever e responsabilidade, portanto, é cuidar, respeitar e utilizar esses recursos adequadamente de modo que a saúde e o equilíbrio sejam preservados.
Como ter uma boa saúde física, emocional, mental e espiritual?
A saúde física depende, principalmente, da prática de hábitos alimentares sadios, exercícios físicos e repousos regulares, contato com a natureza e lazer adequado. A saúde emocional depende de nosso esforço para sempre estarmos envolvidos de sentimentos de amor, harmonia, paz e compreensão. A saúde mental depende de nosso esforço para sempre estarmos sintonizados a pensamentos construtivos, positivos, de sabedoria, de bondade e de humildade. A saúde espiritual depende, principalmente, de nosso esforço para fortalecer a fé, desenvolver valores morais e praticar o bem. Atividades tais como arte, o esporte, a dança e o trabalho voluntário complementam o nosso equilíbrio físico, emocional, mental e espiritual.
3. Fé Raciocinada
Que é fé raciocinada?
Fé é uma crença religiosa, ou, um conjunto de dogmas ou doutrinas que constituem um culto. A fé é uma força que nasce com a própria alma, certeza instintiva da existência de Deus. A fé raciocinada ensinada pela Doutrina Espírita se apóia nos fatos e na lógica, e, portanto, é uma fé inabalável que pode encarar razão em todas as épocas da humanidade. Por isso nos recomenda “Amais-vos e Instruí-vos”.
Qual é a importância da fé?
É muito importante ser religioso (que é muito diferente de ter uma religião) para ajudar no equilíbrio de todos os nossos aspectos. É impossível concretizar a realização alguma sem atitude positiva de confiança. A fé aglutina as forças do espírito e “remove montanhas” como ensinou Jesus. Utilizando-nos conscientemente da fé, torna-se possível suprimir longas curvas em nosso caminho e isenta-nos de sofrimentos inúmeros.
Como pode a fé raciocinada ajudar a família a viver melhor e mais feliz?
A fé raciocinada permite transformar uma vida de enganos em uma vida de certezas; a angústia em alívio; abandonar o medo, a ira e a tristeza; despertar nossa força interior; ter boas idéias, paciência resignação e proteção espiritual. Confiando primeiramente a Deus e entregando-nos ao estudo, ao trabalho e à prática do bem, venceremos as próprias dificuldades e superaremos os obstáculos do caminho, sem desfalecimentos.
4. Esperança
Que é esperança?
Esperança é o ato de esperar o que se deseja. Ter esperança é acreditar num futuro melhor. É o sentimento que leva o homem a olhar para o futuro, considerando-o portador de condições melhores que as oferecidas pelo presente, de tal sorte que a luta pela vida e os sofrimentos são enfrentados como contingências passageiras, na marcha para um fim mais alto e de maior valor. Genericamente, a esperança é toda a tendência para um bem futuro e possível, mas incerto. Psicologicamente, tensão própria de quem se sente privado de um bem ardentemente desejado (imperfeições), mas que julga poder alcançar por si mesmo ou por outrem. A esperança diz respeito aos bens árduos e difíceis, porque não dependem apenas da vontade de quem os espera, mas também de circunstâncias ou vontades alheias, e que, por isso, a tornam de algum modo, incerta e falível. Justaposta às esperanças do dia-a-dia, há a grande esperança, ou seja, um vínculo permanente entre a espécie e o seu criador.
Qual é a importância da esperança?
Para facilitar a realização de nossos desejos é importante manter sempre vivos em nosso ser a fé, a esperança e o otimismo. Devemos vigiar constantemente nossa mente e coração para evitar que pensamentos e sentimentos negativos dificultem ou inviabilizem a realização de nossos planos. Na perspectiva do Espiritismo, que nos fornece uma dimensão realista da vida futura, a esperança torna-se uma força inovadora. A expectativa de que a vida continua além-túmulo e que não seremos levados nem para o céu e nem para o inferno, porém, conduzidos de acordo com o nosso nível evolutivo, dá-nos confiança sem limite na infinita bondade de Deus. Esta crença induz-nos a estudar com mais afinco, a fim de que possamos servir a Deus com mais conhecimento de causa. Assim, o Espiritismo dá-nos subsídios para melhor compreender a esperança. Não uma esperança beatífica, mas a certeza de que seremos recompensados ou punidos de acordo com o bem ou o mal que fizermos ao nosso próximo. Nesse sentido, todas as nossas dores, os nossos sofrimentos, as nossas renúncias ficam gravadas em nosso subconsciente e servirão como ponto de apoio para o julgamento de nossa própria consciência.
Como pode a esperança ajudar a família a viver melhor e mais feliz?
Com esperança, esquecemo-nos momentaneamente das dores, dos sacrifícios, das doenças, das dificuldades e lembramo-nos somente da felicidade regida pela paz e tranqüilidade de nossas tensões. Isso não é utopia, é a dimensão do eu que se transcende a si mesmo rumo à espiritualidade superior. Sempre que pensamos em algo, fortalecemos o campo mental voltado para a materialização desse pensamento. A força mental produzida, aliada à força de vontade e à força do trabalho, conduzirá, à realização do objetivo desejado. Nosso poder para conseguir as coisas será maior ainda se tivermos fé, persistência e auto-estima elevada.
5. Amizade
Que é amizade?
Amizade é um sentimento fiel de afeição, simpatia, estima ou ternura entre pessoas que geralmente não são ligadas por laços de família ou por atração sexual. A riqueza espiritual da amizade nos aproxima uns dos outros com o desejo sincero de amar, servir, ajudar e edificar para a felicidade que todos almejamos. Os laços da amizade, quanto os do amor, crescem cada vez mais, aquecendo e iluminando os espíritos.
Qual é a importância da amizade?
O amigo em nosso caminho é mais importante do que todos os bens que possamos acumular em nosso derredor, pois a amizade supre as necessidades do Espírito, enquanto aqueles dizem respeito apenas às necessidades transitórias do corpo. Quem socorre o irmão apenas nos dias de infortúnio, exerce a piedade que humilha; o verdadeiro amigo acentua a alegria dos entes amados, multiplicando-a. Cultivar amizades sinceras é amealhar paz, alegria e progresso na senda espiritual que nos aguarda a todos.
Como pode a amizade ajudar a família a viver melhor e mais feliz?
A amizade fortalece os laços de amor entre os familiares, tornando-os mais unidos, fraternos e solidários. A convivência com pessoas amigas numa família facilita a superação das tristezas e multiplicação das alegrias que acontecem em nossa vida. É importante cultivar as amizades tanto na Terra quanto no mundo espiritual, desdobrando o amor desinteressado em favor do próximo.
6. Segurança da Família
Que se entende por segurança da família?
Segurança é o estado, qualidade ou condição de seguro. É a condição daquele ou daquilo em que se pode confiar. Segurança familiar significa ter certeza da saúde ou equilíbrio dos aspectos físico, emocional, mental, espiritual, financeiro e social de todos os membros da família. Por exemplo, a família deve ter proteção física na residência contra invasões, alimentação sã e nutritiva, proteção contra as más influências que entram no lar através da mídia, proteção da residência contra inundações e deslizamentos, seguro desemprego, plano de saúde e odontológico, reserva financeira, proteção espiritual, etc.
Qual é a importância da segurança da família?
A segurança familiar é necessária em todo lugar e para tudo que fazemos na vida. Por exemplo, para ter segurança física num mundo em que prolifera a violência, criminalidade, injustiça, corrupção e impunidade, é preciso que exista segurança nos lares, ruas, estradas, escolas, locais de trabalho, cinemas, estádios de futebol, etc. Um outro exemplo refere-se à mídia, a qual é definida como o conjunto dos meios de comunicação, e que inclui, indistintamente, diferentes veículos, recursos e técnicas, como, por exemplo, jornal, rádio, televisão, cinema, outdoor, página impressa, propaganda, mala-direta, balão inflável, anúncio em site da Internet, etc. A mídia, através de informações, idéias, propostas, conceitos e mensagens, influenciam nossos aspectos físico, emocional, mental, moral, espiritual, social, político, comportamental dentre outros. Essa influência pode ser positiva ou negativa, dependendo do seu formato, conteúdo e finalidade. Logo, é necessário estar consciente das coisas que entram em nossos lares através da mídia para manutenção da segurança familiar. A segurança da família é necessária em todos os lugares e momentos da vida de modo que possamos realizar as atividades normais da vida tais como morar, transitar, estudar, criar os filhos, cuidar da casa, trabalhar e passear em paz e tranqüilidade.
Como pode a segurança da família ajudá-la a viver melhor e mais feliz?
A segurança da família, automaticamente, afasta o medo de nossas mentes e corações, e permite vivermos despreocupados, alegres e cumprindo com os nossos deveres de homens de bem. Ela é obtida, principalmente, através da vigilância de todos nossos aspectos físico, emocional, mental, espiritual, financeiro e social. Nos aspectos emocional, mental e espiritual, conforme Jesus ensina com a frase “vigiai e orai”, nos previne acerca de nossas próprias imperfeições e falhas. As nossas fraquezas nos prendem à retaguarda espiritual, induzindo-nos a ações menos edificantes que nos dificultam a marcha evolutiva. A vigilância é nossa grande responsabilidade e, por isso, precisamos estar vigilantes com relação aos nossos próprios atos, palavras e pensamentos, para que externem sempre o que de melhor temos aprendido na doutrina cristã que nos felicita o entendimento. Vigiar os pensamentos quer dizer mentalizar sempre o bem para todos os que nos cercam e para toda a humanidade, evitando, assim, colaborar para o acréscimo das ansiedades que envolvem tantas pessoas nos dias atuais. Vigiar as palavras, não só evitando tudo o que possa desdobrar o mal, prejudicar o próximo ou exagerar os acontecimentos menos felizes, como também disseminando palavras de carinho, entendimento, ânimo, esperança e conforto, sempre que possível. Vigiar ações, a fim de que sejamos sempre instrumentos úteis nas mãos da espiritualidade maior, no auxílio dos necessitados. Vigiar significa, finalmente, estarmos atentos para que não venhamos a ser escravos de ilusões e imperfeições, transformando-nos em verdadeiros cristãos que vêem na existência terrena uma oportunidade gloriosa de aprender, amar, ajudar e servir sempre, em nome de Jesus, em favor de nossa própria felicidade espiritual.
7. Relacionamento Humano
Que é o relacionamento humano?
O relacionamento é uma relação de amizade, afetiva, profissional, etc., condicionada por uma série de atitudes recíprocas. O relacionamento humano é a capacidade, em maior ou menor grau, de relacionar-se, conviver ou comunicar-se com os seus semelhantes. O maior problema no relacionamento familiar é que cada um acredita que a razão lhe pertence. A esposa reclama porque o marido acredita que sabe tudo, está sempre certo e não admite que ninguém lhe diga que está errado. O marido, por sua vez, fala que a mulher é muito impertinente, gosta de confusão e faz tempestade em copo d’água. O filho reclama que os pais estão totalmente por fora do mundo e querem governar a sua vida.
Qual é a importância do bom relacionamento humano?
O sucesso, paz e harmonia no lar dependem, principalmente, do bom relacionamento entre os familiares, o qual depende, por sua vez, da aceitação, admiração, afeto, atenção, colaboração, comunicação, participação, etc., existentes na família.
A aceitação implica em aceitarmos a nós mesmos, e, ao nosso próximo. A admiração implica em, primeiramente, elogiar as pessoas antes de criticá-las. O afeto significa que todos nós somos carentes de amor e carinho. A atenção significa que devemos sempre demonstrar a presença do outro, dedicando a ele nosso tempo. A comunicação se refere ao conteúdo e a forma que trocamos informações com os nossos familiares. A colaboração, necessidade constante em todos os setores da vida, é fator de entendimento entre as criaturas, alicerçando a verdadeira fraternidade que nos irmanam todos. A participação implica em estarmos sempre presentes na família e na sociedade para realizar atividades tais como trabalhar, divertir e ajudar uns aos outros.
Como pode um bom relacionamento humano ajudar a família a viver melhor e mais feliz?
O investimento da família num bom relacionamento entre os familiares certamente produzirá frutos de paz, harmonia e alegria de viver. O bom relacionamento familiar será obtido pela mudança gradual de atitudes, emoções e pensamentos dos integrantes da família, através de gestos de caridade, perdão, aceitação, afeto, tolerância, boa vontade, sinceridade, humildade, disciplina, ordem, responsabilidade, renúncia, atenção, admiração, participação e colaboração. O amor deve ser exercitado como um ato da vontade. Uma pessoa pode demonstrar amor através de gestos simples. O primeiro passo é reconhecermos nosso egoísmo e nossa insensibilidade em relação ao amor familiar. Podemos melhorar o relacionamento afetivo se deixarmos de criticar tanto os familiares. Se não ligarmos a televisão somente no canal de nosso interesse. Se deixarmos de se concentrar na leitura do jornal para dar um pouco de atenção aos familiares. Se elogiarmos as pessoas no dia-a-dia. Ao admitir não sermos infalíveis, nos habilitamos às iniciativas maravilhosas que põem fim aos desentendimentos. Existem expressões mágicas em favor da harmonia doméstica, como, por exemplo, dizer: Cometi um erro. Você tem razão. Peço perdão. Fui indelicado. Prometo mudar. Obrigado. O diálogo é a ponte que se estende entre duas ou mais pessoas que visam encontrar soluções para os problemas ou simplesmente trocar idéias. Às vezes pensamos que estamos dialogando com o familiar, mas na verdade estamos fazendo um desabafo. Falamos de forma exaltada, com a voz alterada, e dizemos tudo o que estava "preso na garganta", para depois sairmos porque não temos tempo nem disposição para ouvir a resposta. Isso não é diálogo, é desabafo. De outras vezes, chamamos os familiares para uma conversa, mas acabamos dando uma série de ordens e instruções e nos evadimos. No entanto, num diálogo eficaz, é indispensável alternância entre os interlocutores. Ora um fala, ora o outro. E o essencial para que o diálogo seja produtivo, é que, enquanto um fala, o outro preste atenção, ao invés de ficar contra-atacando suas idéias mentalmente. Outro aspecto importante para um diálogo atingir seus objetivos, é que seja iniciado com serenidade e uma dose elevada de afeto. Se vamos abordar um problema qualquer, comecemos abordando os acertos e virtudes da pessoa, antes de falar dos seus equívocos e fragilidades. Busquemos sempre reforçar primeiramente os pontos positivos, dando-lhes destaque, depois abordamos aqueles que precisam ser modificados. Mas, antes de qualquer conversa, coloquemo-nos no lugar do nosso interlocutor e procuremos ver as coisas do seu ponto de vista, pois nem sempre a nossa opinião é a mais acertada. Se lançarmos mão desse recurso precioso chamado diálogo, em pouco tempo perceberemos a melhoria do nosso relacionamento familiar e, por conseguinte, uma harmonia saudável a envolver o nosso lar. A faculdade da fala é recurso abençoado que Deus concede ao ser humano para a sua evolução. No entanto, muitos de nós a temos utilizado para ferir, usando palavras amargas e cruéis. Assim, se desejamos melhorar a nossa relação com o próximo, é importante que sempre busquemos articular a palavra movida pelos nossos mais puros sentimentos, porque, como afirmou Jesus, “cada um fala do que está cheio o coração”.
8. Prosperidade
Que é prosperidade?
É a situação ou a condição de estarmos ou sermos bem sucedidos, felizes, afortunados, ditosos, etc. A prosperidade da família resulta do esforço integrado de todos, objetivando a melhoria material, intelectual e moral do grupo. A força da mente, da vontade e do trabalho, de cada membro familiar, contribui para realização dos desejos de todos.
Qual é a importância da prosperidade?
A prosperidade permite que utilizemos os recursos que Deus nos emprestou em benefício próprio e dos outros. Assim, quanto mais prósperos formos, mais condições nós teremos de ajudar a nós mesmos e também aos menos favorecidos. A família multiplica a sua prosperidade ao auxiliar aos menos favorecidos uma vez que tudo que damos, recebemos de volta. Desta forma, promove-se uma circulação da prosperidade e a formação de uma corrente de prosperidade.
Como pode a prosperidade ajudar a sua família a viver melhor e mais feliz?
A prosperidade permite que a família esteja plenamente satisfeita com a realização de suas esperanças. Para isso, entretanto, é necessário planejar com detalhes tudo aquilo que queremos ter ou ser durante nossa vida. Após planejar, é necessário executar o plano, acompanhar a sua realização e corrigir as suas falhas. Ter um plano de vida permite conseguir as coisas com maior rapidez, maior eficiência e menor esforço. Nós podemos ter ou ser tudo aquilo de desejamos. Nós poderíamos, por exemplo, ter uma boa saúde, um bom relacionamento amoroso, uma boa profissão, um bom emprego, conhecimento sobre certo assunto, bens materiais, uma família feliz, uma vivência religiosa, reconhecimento social, estabilidade financeira, etc. Nós poderíamos também desenvolver virtudes (caridade, humildade, tolerância, paciência, honestidade, etc.) e eliminar defeitos (egoísmo, orgulho, inveja, ódio, ignorância, etc.). Devemos eliminar, primeiramente, aqueles defeitos que mais incomodam as pessoas que convivem conosco, praticando as virtudes contrárias aos defeitos correspondentes. Devemos colocar primeiro as coisas mais importantes e explicar os motivos de cada escolha. É muito importante saber que o dinheiro não deve ser um objetivo, mas sim uma conseqüência de nosso trabalho. Para conseguir tudo aquilo que queremos usamos a nossa força mental somada à força de vontade e à força do trabalho. Nosso poder, para conseguir as coisas, será maior se tivermos fé, persistência e autoconfiança. É muito importante orarmos para escolher bem as coisas e para ter força moral, boas idéias, paciência, resignação e proteção espiritual, tanto para planejarmos como para realizarmos nossos planos. Devemos vigiar constantemente nossa mente e coração para evitar que pensamentos e sentimentos negativos atrapalhem a realização de nossos planos. Sempre devemos nos esforçar para sermos competentes em tudo que fazemos, estudando, praticando e persistindo sempre. É muito importante estarmos sempre motivados para fazer aquilo que estamos fazendo; é necessário gostar de coração das coisas que fazemos e também saber por que decidimos fazer aquilo. Sempre devemos aproveitar as oportunidades que Deus nos oferece no momento em que elas aparecem.
9. Valores Morais, Educacionais, Sociais, Culturais, Tradicionais e Artísticos
Que são esses valores?
São as normas, princípios ou padrões morais, sociais, culturais, tradicionais e artísticos aceitos ou mantidos pela família.
Qual é a importância dos bons valores para ajudar a família a viver melhor e mais feliz?
O desenvolvimento e manutenção de valores positivos, sadios e íntegros, permitem que a família evolua mais rapidamente, nos diversos aspectos do ser. Esses valores são desenvolvidos e mantidos pelos integrantes da família que se esforçam para melhorar e para praticar o bem, seja na própria família, na comunidade, na escola, ou em qualquer outro lugar. A educação intelectual é desenvolvida na escola, porém, a educação moral é transmitida dentro do próprio lar. Os adultos que não conseguiram assimilar os valores morais, não têm como transmiti-los aos filhos, porque o discurso não será condizente com a prática. Os adolescentes prezam a sinceridade e cobram-na a todo instante do meio em que vivem e principalmente dos adultos. É imprescindível buscar o aprimoramento intelectual e, principalmente o moral continuamente. O Espiritismo trouxe a máxima: “Amai-vos e Instruí-vos”. É a partir deste preparo que os adultos de hoje conseguirão os subsídios necessários para auxiliarem na formação dos adultos de amanhã. A melhor forma de educação é o exemplo. Uma postura positiva dos pais, onde os jovens são levados a compreender seus direitos e limites, é capaz de levá-los à reflexão, sem a necessidade do uso agressivo das palavras, ou agressão física, sermões ou de frases feitas. A sinceridade e a cumplicidade - como no exemplo: o pai ou a mãe, ao sair, avisa ao filho aonde vai e a que horas retorna - estreitam os vínculos e criam um canal de diálogo e respeito. É sempre muito importante nos esforçarmos continuamente para conhecermos a nós mesmos, desenvolvermos virtudes e eliminarmos defeitos morais.
Como podem esses valores ajudar a família a viver melhor e mais feliz?
Os valores positivos mantidos pela família certamente irão auxiliar a todos realizarem sua transformação moral e exercício do bem. O bom exemplo ainda é o melhor modo de transmitir os valores positivos dentro e fora da família. A Doutrina Espírita é clara quanto à importância de pais e educadores aproveitarem o período da infância para a transmissão de valores éticos, morais e sem dúvida a literatura infantil é um meio propício para isso. As melhores maneiras de ensinar valores ao seu filho são: responsabilidade e cooperação, tolerância e compreensão, autocontrole e respeito a regras, afetividade e empatia, solidariedade e gratidão. Esses valores não são aprendidos através de discursos, nas no cotidiano, no modo como a família vive, nas conversas espontâneas, na atribuição de responsabilidade. A responsabilidade e cooperação envolvem ter direito de escolha, mas envolve também a responsabilidade pela escolha; assim se a criança escolher determinado alimento em detrimento de outros ela terá que consumi-lo. Planejar o dia ou a semana clarifica quais são as responsabilidades. As atividades da casa são de responsabilidade de todos, respeitando a idade da criança e a complexidade da tarefa. Fazer constatações dos efeitos de nossos procedimentos no futuro do planeta, como, por exemplo, levar a criança para ver o lixão da cidade e uma usina de reciclagem de lixo. Tolerância e compreensão são valores muito necessários neste mundo de diversidade em que vivemos e aproveitar situações do cotidiano para conversar com as crianças sobre elas é uma prática salutar. O próprio noticiário é uma oportunidade, pois todos os dias se constatam como tem sido funesta a intolerância para a felicidade dos indivíduos e da coletividade. Ensinar que as pessoas que são diferentes de nós necessariamente não são más por isso. Trabalhar com o autocontrole e respeito a regras, é sem dúvida um desafio, mas indispensável na formação dos hábitos de vida. Autocontrole não significa negar ou ignorar que todos nós temos sentimentos e emoções negativos, importante é detectá-los e aprender a lidar com eles. Os educadores e pais precisam estar atentos ao fato de que nem sempre a criança percebe quando quebra as regras de convivência e precisam de ajuda para analisar a situação. Pesquisas recentes comprovam que a empatia desenvolve a partir de um ano e meio. Com essa idade a criança é capaz de perceber de forma geral o que o outro sente. Compete à família ajudar a criança a desenvolver essa capacidade. Quando uma criança faz a outra chorar o adulto deve ajudá-la a estabelecer a relação entre o choro e sua atitude. Essa é uma tarefa difícil, pois geralmente trabalhamos desenvolvendo culpa na criança ou sugerindo que é má ou feia por isso. O núcleo familiar é espaço privilegiado para o desenvolvimento da afetividade, mas não podemos nem devemos esconder de nossos filhos as dificuldades presentes tais como dificuldades financeiras ou outros problemas existentes na família. É a oportunidade da prática do amor pelo que somos não pelo que temos. Solidariedade entendida como relação de responsabilidade entre pessoas unidas de maneira que cada um se sinta na obrigação moral de apoiar o outro. O desenvolvimento dessa qualidade moral vem da vivência de sentir que todos nós necessitamos uns dos outros e que ora somos os que doam e ora somos os que recebem. Gratidão é um sentimento pouco expresso no nosso dia a dia. Há até uma campanha na mídia que propõe às pessoas que treinem manifestar seu agradecimento por palavras. O Cristo já nos ensinou que devemos fazer ao próximo o que gostaríamos que nos fizessem; esse exercício de reflexão sem dúvida ensinará que também não devemos fazer ao próximo o que não gostaríamos que nos fizessem.
BIBLIOGRAFIA
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