sexta-feira, 6 de setembro de 2013

OS SEGREDOS DA VIDA

Introdução
No livro “Os Segredos da Vida”, os médicos Kubler-Ross e Kessler (2004), publicaram relatos e experiências de pacientes terminais. Neste livro, as pessoas próximas da hora de sua morte, nos ensinam valiosas lições para nos ajudar a descobrir quem realmente somos, que é o amor e como devemos abrir caminho através da raiva, da culpa, das dores e do medo para dar novo sentido à nossa existência e descobrir a felicidade. Algumas das questões cruciais abordadas no livro são, por exemplo: Teremos outra vida como esta? Quanto tempo ainda nos resta? Estamos vivendo o mais plenamente possível? Temos questões inacabadas para resolver? Qual é o significado da vida?

As lições ou segredos da vida
Os segredos da vida são as lições ensinadas pelos pacientes terminais, adaptados neste texto, para a realidade da vida espiritual, conforme seguem:

Lição do amor
- Aprender a amar a si mesmo (autoconhecimento, autoperdão, autoaceitação, cuidar-se, fazer o que gosta, etc.);
- O amor que esperamos encontrar nas outras pessoas já existe em nós;
- Não colocar condições (se, quando, etc.) e expectativas para amar as pessoas. Infelizmente, a maioria de nós aprendeu que seria amado se ... ou quando ...;
- Amar pelo que somos (seres espirituais) e não pelo que temos e fazemos (coisas temporárias);
- Amar os outros pelo que realmente são e não pelo que desejamos que sejam;
- Estar presentes e dar atenção àqueles que amamos;
- Sempre nos colocar no lugar dos outros para tomar decisões corretas por causa da nossa intolerância, orgulho, egoísmo, impaciência, rancor, etc.;
- Não podemos obrigar alguém a nos amar, mas podemos parar de desperdiçar nosso tempo e energia com esse alguém;
- Praticar o amor incondicional, isto é, amar sem esperar nada em troca.

Lição dos relacionamentos
- Os relacionamentos nos oferecem grandes oportunidades de conhecer: quem somos; nossos medos, complexos, culpas e desejos; de onde vem nosso poder; o significado do verdadeiro amor;
- Não perder a oportunidade de se encontrar com alguém porque não podemos saber quando será o último dia em que veremos esse alguém;
- Colocar coisas boas nos relacionamentos as quais também gostaríamos de receber (cônjuge, amigos, parentes, vizinhos, colegas, desconhecidos, etc.);
- Nada exigir dos outros nos relacionamentos, mas sempre devemos oferecer alegria, amor, consolo, respeito, sinceridade, segurança, solidariedade, amizade, gratificação, companheirismo, aceitação, atenção, admiração, ajuda para solução de problemas, etc.;
- As pessoas “difíceis” com as quais lidamos são os nossos maiores mestres;
- Viver livre e generosamente o amor para se realizar nos relacionamentos;
- Se mudarmos a nós mesmos ou melhora o relacionamento ou mudamos de relacionamento.

Lição da autenticidade
- Descobrir o eu autêntico (através do autoconhecimento) e enxergar a autenticidade nos outros. Não esperemos a hora da morte para fazer isso;
- Eliminar as máscaras e papéis que assumimos, conscientemente ou não: fardo, falsidade, medo, interesse, achar que o outro pode e deve resolver sozinho o próprio problema, desejo que o outro seja fraco para se sentir forte, resolver problemas dos outros para não pensar nos próprios;
- Tomar consciência das atitudes nos papéis que desempenhamos (cônjuge, pai, mãe, patrão, pessoa boa, etc.);
- Admitir a influência negativa das máscaras e negatividades do ego em nossa mente para podermos realizar a reforma íntima;
- Não ser reflexo do ambiente ou das circunstâncias porque a essência divina que somos permanece a mesma em qualquer circunstância;
- A vida tem a ver com o que somos (essências divinas) e não com o que fazemos ou temos.

Lição da perda
- Acabamos perdendo tudo o que temos, mas o que realmente importa jamais pode ser perdido. Tudo é apenas empréstimo; resta-nos, entretanto, saber aproveitar as oportunidades da vida;
- A vida continua após a morte física e nunca perderemos a nossa individualidade, consciência, nossas lembranças, nossos sentimentos, nossos pensamentos, nosso estágio evolutivo e o resultado de nossas ações;
- Os estágios das nossas reações às perdas são: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação (não necessariamente nesta ordem);
- A perda é uma das lições mais difíceis da vida (filhos, pais, irmãos, amores, coisas);
- “Não existe crescimento sem perda e não há perda sem crescimento.” Exemplo, “É melhor perder um grande amor do que nunca ter amado.”;
- As perdas nos ajudam a descobrir o que é realmente essencial e aprender a valorizar o que temos (ou o que nos resta) porque sempre podemos perder mais do que já perdemos;
- Tornamo-nos mais solidários quando perdemos alguém querido;
- O medo ou incerteza de perder é tão difícil quanto a perda (por exemplo, resultados de exames, pessoa doente ou desaparecida, etc.);
- As coisas que possuímos não têm um significado em si, mas o que é importante é o que elas representam e isso é nosso para sempre.

Lição da paciência
- Quando estamos doentes ou dependemos dos outros sempre temos que lidar com esta lição: “Nem sempre conseguimos o que queremos.”;
- Aprender saber esperar porque nada conseguimos de positivo com a nossa impaciência;
 - Acreditar que tudo vai dar certo, que existe um planejamento desconhecido por nós, o qual é muito maior do que nós;
- “Não teremos nenhuma experiência de vida enquanto não estivermos prontos para ela.” Tudo tem seu tempo. As coisas acontecem exatamente como deviam acontecer. “Achamos que o despertador nos acorda todas as manhãs, mas é Deus que decide nos despertar.”;
- Ser paciente não significa que temos que ser vítimas, impotentes, tolerantes com abusos ou ficar sofrendo em circunstâncias terríveis. Podemos ser pacientes e ao mesmo tempo conservar o nosso poder. Nós sempre temos a livre escolha para aproveitar as circunstâncias e o tempo para aprender coisas novas no lugar de lamentar, esbravejar ou espernear;
- A fé com base na razão e lógica nos ajuda muito a ter paciência para com todos e com tudo;
- Deus nos dá oportunidades de descobrir quem somos, e sempre nos dá tudo que precisamos para aprender a ser cada vez melhores seres humanos. O segredo consiste em confiar e ter paciência.

Lição da entrega
- Aceitar e nos entregar à realidade da vida nos momentos e circunstâncias em que nada podemos fazer além de orar e confiar. Assim encontraremos a paz e uma melhor qualidade de vida. Não podemos constantemente controlar tudo (emprego, relacionamento, situações). Deus criou um universo em que tudo funciona perfeitamente, harmonicamente, sem que precisemos fazer nada. O melhor então é confiar, nos entregar a esse Poder Superior e relaxar;
- Ser positivo em todas as situações;
- Nunca teremos a certeza do que é o melhor para nós; logo, “seja feita a Tua vontade e não a minha”;
- Entregarmo-nos ao Poder Superior quando não estivermos em paz e a vida não estiver fluindo;
- Praticar a oração da serenidade quando não soubermos se é chegada a hora da entrega (Dai-nos a força para mudar o que pode e deve ser mudado; Dai-nos a serenidade para aceitar o passado e confiar no futuro; Dai-nos a sabedoria para distinguir entre o certo e o errado).

Lição do tempo
- A vida material é governada pelo tempo; com o tempo, tudo muda. Vivemos nele, em função dele e morremos nele. O tempo é uma medida útil, mas ele é relativo e somos nós que atribuímos a ele o seu valor; o seu valor depende da percepção individual;
- Podemos nos transformar, renovar ou recomeçar a cada dia se conseguirmos nos concentrar no presente, se formos capazes de ver a vida com ela realmente é agora. Quando não vivemos no presente, ficamos incapazes de ver os outros e a nós mesmos como realmente somos. E, se não estamos vivendo no presente, não podemos encontrar a felicidade. O passado é irrecuperável e o futuro incerto. Nós só dispomos do momento presente. Aquilo que fazemos a cada instante determina nossa felicidade futura e a qualidade de nossas lembranças;
- Se passamos a vida nos lembrando de eventos passados ou evocando projetos que supostamente podem mudar nossa vida, mas que não se concretizam então nós estamos buscando a felicidade onde ela não está;
- “Viva o mais intensa e plenamente possível o agora e desapegue-se do passado”;
- Não morremos antes da nossa hora;
- Devemos esquecer o passado, viver melhor o presente, esperando um futuro cada vez mais feliz.

Lição do medo
- Viver “um mundo sem medos”, enfrentando conscientemente os medos, perseguindo os sonhos e buscando a realização dos desejos. É fácil sentir medo onde não existe perigo. Os medos não são a realidade. Eles nos impedem de viver plenamente e nos fazem infelizes. Temos que encontrar nosso caminho através dos medos e aproveitar as inúmeras oportunidades que se apresentam, para viver a vida que sonhamos. Podemos viver livres do julgamento, sem temer a desaprovação dos outros, sem recuarmos;
- Nosso medo não impede a morte – ele impede a vida. Nós não temos consciência disso e a nossa principal ocupação na vida é lidar com o medo e os seus efeitos. Ele bloqueia nosso amor, nossos verdadeiros sentimentos, nossos desejos, nossa felicidade e até mesmo o nosso ser. A bondade sempre supera o medo. O medo não é páreo para o amor;
- “Precisamos superar o medo enquanto ainda podemos fazer aquilo que sonhamos. Para isso, precisamos avançar em direção ao amor”;
- Todas as emoções positivas (felicidade, satisfação, paz, alegria) vêm do amor, e todas as negativas (raiva, ódio, ansiedade, culpa), do medo. O medo está relacionado com o passado ou com o futuro, mas o amor está no presente.

Lição da raiva
- A raiva reprimida não evapora simplesmente; ela se transforma em questão inacabada. Observemos que a raiva vai se acumulando e ao explodir causa grandes desastres (trânsito trabalho, lar, etc.). A raiva é uma reação normal, que pode ser muito útil no lugar e na hora certa e na proporção adequada. Pessoas que expressam a sua raiva vivem mais tempo;
- Trabalhemos para descobrir a origem de tanta raiva acumulada para liberá-la e retomar nosso verdadeiro eu. Caso contrário ela prejudicará nosso relacionamento não apenas com os outros, mas também conosco mesmos. Ficamos com raiva dos outros e de nós mesmos por causa do que fizemos ou deixamos de fazer (quando traímos a nós mesmos e aos nossos sentimentos, quando deixamos de atender nossas necessidades e carências, por não darem o que achamos que merecemos, por não nos fazermos respeitar, por não exigirmos nossos direitos). Descobrir se a raiva é explicada por fatos concretos (estou zangado porque você não apareceu, porque está atrasada, porque não fez um bom trabalho, por causa do que você me disse.) ou por causa de medos ocultos (quando você não aparece, penso que não goste de mim, que seja despedida, que não me ame mais);
- Aprendamos a ser mais sinceros e a expressar a raiva que sentimos da forma mais adequada e produtiva. A raiva é um sentimento natural que passa, e não um modo de ser permanente.

Lição do divertimento
- Perto da morte muitos dizem “Eu gostaria de não ter levado a vida tão a sério”, mas nunca escutamos alguém dizer: “se ao menos eu pudesse ter trabalhado mais um dia por semana; ou se a jornada de trabalho tivesse sido de nove horas em vez de oito.” Muitos percebem que trabalharam arduamente, mas não viveram realmente. É importante não só saber fazer, mas saber ser.
- É importante se divertir, brincar, rir, relaxar, passear, ir ao teatro, ir ao cinema, ler, etc. Mas não devemos ir passear levando o laptop, preocupações, deveres do trabalho, celular do trabalho, etc.;
- Ser mais espontâneo, aceitar convites, dançar, praticar esportes, jogar, etc.

Lição da culpa
- Não ficar remoendo o passado, pensando se eu tivesse feito isso, se não tivesse feito aquilo, não teria acontecido tal coisa. Às vezes até os eventos mais trágicos acontecem sem que ninguém tenha culpa. A psicologia da culpa se fundamenta na condenação de nós mesmos, na sensação de que fizemos algo errado. É a raiva voltada para dentro, que surge quando violamos nossos sistemas de crença. Fomos criados para nos vendermos para ter o afeto dos outros. Aprendemos a ser bons, a atender aos desejos dos outros, em vez de ser estimulados a nos tornarmos independentes. Somos treinados para ser co-dependentes (incapacidade de dizer não, dar mais importância às necessidades e à vida dos outros do que às nossas) em vez de interdependentes. Crescemos assim, agindo inconscientemente, em geral não sabendo como satisfazer as nossas necessidades para sermos felizes. O desejo de agradar os outros é um campo fértil para a culpa, mas não é o único. Às vezes nos sentimos culpados quando tentamos afirmar a nossa independência. “É somente nos libertando de nossa culpa que verdadeiramente nos livramos do passado para criar um novo futuro.” A chave da cura é o perdão, que significa aceitar o passado, aprender com ele e desapegar-se dele.

Lição do perdão
- Perdoar para viver uma vida completa. O perdão é a maneira de curar as nossas mágoas e feridas, é a forma de nos religarmos aos outros e a nós mesmos. Quando não perdoamos nos tornamos escravos da mágoa. Merecemos a chance de oferecer um recomeço a nós mesmos e aos nossos relacionamentos. Pensamos que ao perdoar estamos justificando o comportamento que nos feriu. Na realidade estamos abrindo mão da mágoa em nosso próprio benefício, ou seja, para sermos felizes. Perdoar não significa deixar que os outros nos pisem. Ao perdoar lembramos que não somos perfeitos, que todos erram e que as pessoas não são os seus erros. Não temos que perdoar o comportamento que nos feriu, precisamos perdoar a pessoa. O desejo de vingança é outro bloqueio no perdão. A vingança pode nos dar um alívio temporário, mas depois vem o sentimento de culpa e de inferioridade por termos feito algo errado;
- Perdoar pelo que fizemos e pelo que deixamos de fazer. Se sentirmos que não aprendemos a lição, precisamos nos perdoar por não tê-la aprendido. Perdoar não é acusar, mas compreender os motivos que nos levaram a cometer aquilo que percebemos como erro ou ofensa a alguém. E aprender com a experiência. O perdão não é uma tarefa que acontece uma vez na vida, e sim um trabalho permanente. Ele é nosso plano de manutenção espiritual, ajudando-nos a permanecer em paz e em contato com o amor. A nossa única tarefa quando nos magoam ou nos acusamos por ter ferido alguém é tentar abrir novamente o coração.

Lição do poder
- Nosso verdadeiro poder não provém da nossa posição na vida, de uma polpuda conta bancária ou de uma magnífica trajetória profissional. Ele é a expressão da nossa autenticidade interior, da manifestação da nossa força e integridade. São poucos os que percebem que cada um de nós possui o poder do universo dentro de si. Achamos que os outros são poderosos, a natureza é poderosa, mas não tomamos consciência do poder divino que existe dentro de nós. Temos a tendência de equiparar a riqueza ao poder e acreditamos que o dinheiro é capaz de comprar a felicidade. A riqueza e a pobreza são estados de espírito. Na hora da morte muitos, arrependidos, dizem: nunca corri atrás do meu sonho; nunca fiz o que realmente queria fazer; fui um escravo do dinheiro. Nesta hora ninguém diz: gostaria de ter adquirido mais propriedades; teria sido mais feliz se tivesse um milhão de dólares. Achamos que ter dinheiro e controlar as pessoas e situações nos confere poder. E esse controle não tem limites, pois precisamos controlar cada vez mais e nunca nos satisfazemos;
- Abrir mão do controle sobre as pessoas, as coisas e os acontecimentos para que a vida entre na ordem natural das coisas e nos tornemos mais poderosos;
- Não preocupar com a opinião dos outros para que o nosso poder não nos escape;
- Nós não temos o poder de fazer os outros felizes, mas temos o poder de fazer a nossa felicidade;
- A gratidão gera o poder (o que temos, o que somos e nossa situação). Deus sempre nos dá aquilo que precisamos para evoluir. O verdadeiro poder resulta de saber quem somos e de conhecer nosso lugar no mundo. Nosso poder decorre de saber que tudo está certo da forma como é e que todos estão evoluindo exatamente da maneira como devem fazê-lo.

Lição da felicidade
- Já recebemos tudo de que precisamos para ser felizes. A dor e o sofrimento acontecem se ainda não aprendemos usar o que nos foi dado;
- Nós fomos feitos para a felicidade, todos podem encontrá-la, basta procurá-la nos lugares certos;
- Não estamos acostumados com a felicidade, ela nos incomoda, como se não a merecêssemos.  Fomos treinados para a infelicidade. Temos a tendência em ver somente o lado negativo das coisas, de ver apenas o lado ruim das pessoas, de fazer os piores prognósticos;
- Tomar consciência de que a finalidade da vida é ser feliz. Às vezes achamos que não podemos ser felizes porque existem muitas pessoas passando por dificuldades, desgraças, sofrimentos, etc. Entretanto, seremos mais capazes de ajudar os outros sendo felizes, compartilhando nosso tempo, dinheiro e felicidade. As pessoas verdadeiramente felizes são as menos egoístas e egocêntricas, perdoam com mais facilidade, são mais gentis e amorosas, doam seu tempo e os seus serviços;
- A felicidade não depende das circunstâncias, das coisas externas e das outras pessoas. A felicidade depende de como lidamos com as coisas e situações e não da coisa e do que acontece em si. Ela depende do modo como percebemos, interpretamos e assimilamos o que acontece com nossas emoções. E a nossa forma de perceber as coisas depende do nosso empenho em ver o lado positivo ou negativo em tudo e todos;
- Não deixar que o passado ou o futuro nos façam infelizes porque apenas o presente é real;
- Não se comparar com outros;
- O “quando” e “se” podem ser motivos de infelicidade. Exemplos: “Se eu tiver isso... ou quando eu for aquilo... então serei feliz;
- A felicidade é uma capacidade interior de se adequar à realidade e extrair dela todas as alegrias possíveis. A vida é feita de altos e baixos, de opostos, de ciclos. Toda e qualquer situação tem o seu lado positivo. Precisamos aprender a reagir com a nossa mente, emoção e atitude ao que acontece na vida. Conhecendo-nos melhor fazemos escolhas mais adequadas ao nosso modo de ser e valores;
- Escolher também aquilo que faz os outros se sentirem bem, desde que não violente a sua maneira de ser;
- Escolher ações que geram uma satisfação duradoura e das quais possamos nos orgulhar. Assim, teremos escolhido o amor, a vida e a felicidade.

Conclusões
Devemos tomar consciência do que somos em realidade (seres imortais, únicos e capazes de ações que contribuem para a nossa felicidade e de todos os que nos cercam). A vida na terra é uma escola completa, com testes e desafios destinados a cada ser humano. Depois que aprendemos tudo que podemos aprender e ensinamos tudo que podemos ensinar, voltamos para o mundo espiritual. Às vezes é difícil perceber quais são as lições que nós e os outros devemos aprender. De muitas maneiras, a perda nos mostra o que é precioso, enquanto que o amor nos ensina quem nós somos. Os relacionamentos nos revelam quem somos e nos fornecem maravilhosas oportunidades de crescimento. O medo, a raiva, a culpa, a paciência e o tempo são nossos grandes mestres. Crescemos até nos momentos mais sombrios. A principal lição que os que estão à beira da morte nos ensinam “é viver cada dia o mais plenamente possível”. Cada dia que acordamos é uma dádiva para ser experimentada. Nunca mais iremos receber outra vida como essa. Não esperemos mais para fazer as coisas que desejamos, façamos agora! Enfim, o significado da vida é: “Descobrir tudo que somos capazes de fazer e de ser, não apenas para estarmos vivos, mas para nos sentirmos vivos.”

KUBLER-ROSS, E. KESSLER, D. Os segredos da vida. Editora Sextante: Rio de Janeiro, 2004, 218p.