O Espiritismo é uma doutrina filosófica definida por um conjunto de
princípios que formam a base do pensamento espírita sobre a vida e o Universo.
A Doutrina Espírita é cristã, pois segue os ensinamentos de Jesus. Jesus é
considerado o modelo de perfeição moral que um ser humano pode atingir na
Terra. O maior objetivo do Espiritismo é o de auxiliar na transformação moral
do homem, tornando a Terra um mundo melhor, através da transformação dos
pensamentos, sentimentos e atitudes das pessoas. Alguns dos princípios da
Doutrina Espírita são:
1. Deus: O
Criador
2. Espírito e
Matéria: os elementos da Criação
3. Imortalidade
da Alma
4. Reencarnação
5. Comunicação
entre os dois planos da vida: material e espiritual
6. Evolução
7.
Livre-arbítrio
8. Causa e
Efeito
9. Perispírito
(corpo invisível, feito de matéria fluídica, que envolve o espírito)
10. Pluralidade
dos mundos habitados
Os fatos que deram origem à Doutrina Espírita tornarem-se conhecidos a partir
de 1857, com a publicação da codificação espírita, resultante do trabalho
conjunto de Allan Kardec e dos Espíritos. Kardec reuniu as comunicações
fornecidas pelos Espíritos, estudou-as, pesquisou-as e colocou o resultado
deste trabalho em livros conhecidos como obras básicas ou codificação espírita,
conforme seguem: “O Livro dos Espíritos”, “O Livro dos Médiuns”, “O Evangelho
Segundo o Espiritismo”, “A Gênese” e “O Céu e o Inferno”. Os Espíritos
responsáveis pela revelação da Doutrina Espírita foram liderados pelo Espírito
da Verdade.
A fé raciocinada ensinada pela Doutrina Espírita, por se apoiar nos fatos
e na lógica, torna-se uma fé inabalável, que pode encarar razão em todas as
épocas da humanidade. Por isso recomenda-nos: “Amais-vos e Instruí-vos”. A fé
raciocinada permite transformar uma vida de enganos em uma vida de certezas; a
angústia em alívio; abandonar o medo, a ira e a tristeza; despertar nossa força
interior; ter boas idéias, paciência resignação e proteção espiritual.
Confiando primeiramente em Deus e entregando-nos ao estudo, ao trabalho e à
prática do bem, venceremos as próprias dificuldades e superaremos os obstáculos
do caminho, sem desfalecimentos (União Espírita Mineira, 2011).
Sobre a autotransformação, a Doutrina Espírita nos lembra o que disse um
sábio da antiguidade: “Conhece-te a ti mesmo.” Esse é o meio prático mais
eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do
mal. Entretanto, ele não nos disse como consegui-lo. Santo Agostinho ensina-nos
o seguinte caminho: “Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia,
interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a
mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se
queixar. Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de
reforma. Aquele que, todas as noites, evocasse todas as ações que praticara
durante o dia e inquirisse de si mesmo o bem ou o mal que houvera feito,
rogando a Deus e ao seu anjo de guarda que o esclarecessem, grande força
adquiriria para se aperfeiçoar, porque, crede-me, Deus o assistiria. Dirigi,
pois, a vós mesmos perguntas, interrogai-vos sobre o que tendes feito e com que
objetivo procedestes em tal ou tal circunstância, sobre se fizestes alguma
coisa que, feita por outrem, censuraríeis, sobre se obrastes alguma ação que
não ousaríeis confessar. Perguntai ainda mais: “Se aprouvesse a Deus chamar-me
neste momento, teria que temer o olhar de alguém, ao entrar de novo no mundo
dos Espíritos, onde nada pode ser ocultado?” “Examinai o que pudestes ter
obrado contra Deus, depois contra o vosso próximo e, finalmente, contra vós
mesmos. As respostas vos darão, ou o descanso para a vossa consciência, ou a
indicação de um mal que precise ser curado. “O conhecimento de si mesmo é,
portanto, a chave do progresso individual. Mas, direis, como há de alguém
julgar-se a si mesmo? Não está aí a ilusão do amor-próprio para atenuar as
faltas e torná-las desculpáveis? O avarento se considera apenas econômico e
previdente; o orgulhoso julga que em si só há dignidade. Isto é muito real, mas
tendes um meio de verificação que não pode iludir-vos. Quando estiverdes
indecisos sobre o valor de uma de vossas ações, inquiri como a qualificaríeis,
se praticada por outra pessoa. Se a censurais noutrem, não na poderia ter por
legítima quando fordes o seu autor, pois que Deus não usa de duas medidas na
aplicação de Sua justiça. Procurai também saber o que dela pensam os vossos
semelhantes e não desprezeis a opinião dos vossos inimigos, porquanto esses
nenhum interesse têm em mascarar a verdade e Deus muitas vezes os coloca ao
vosso lado como um espelho, a fim de que sejais advertidos com mais franqueza
do que o faria um amigo. Perscrute, conseguintemente, a sua consciência aquele
que se sinta possuído do desejo sério de melhorar-se, a fim de extirpar de si
os maus pendores, como do seu jardim arranca as ervas daninhas; dê balanço no
seu dia moral para, a exemplo do comerciante, avaliar suas perdas e seus lucros
e eu vos asseguro que a conta destes será mais avultada que a daquelas. Se
puder dizer que foi bom o seu dia, poderá dormir em paz e aguardar sem receio o
despertar na outra vida. “Formulai, pois, de vós para convosco, questões
nítidas e precisas e não temais multiplicá-las. Justo é que se gastem alguns
minutos para conquistar uma felicidade eterna. Não trabalhais todos os dias com
o fito de juntar haveres que vos garantam repouso na velhice? Não constitui
esse repouso o objeto de todos os vossos desejos, o fim que vos faz suportar
fadigas e privações temporárias? Pois bem! Que é esse descanso de alguns dias,
turbado sempre pelas enfermidades do corpo, em comparação com o que espera o
homem de bem? Não valerá este outro a pena de alguns esforços? Sei haver muitos
que dizem ser positivo o presente e incerto o futuro. Ora, esta exatamente a
idéia que estamos encarregados de eliminar do vosso íntimo, visto desejarmos
fazer que compreendais esse futuro, de modo a não restar nenhuma dúvida em
vossa alma. Por isso foi que primeiro chamamos a vossa atenção por meio de
fenômenos capazes de ferir-vos os sentidos e que agora vos damos instruções,
que cada um de vós se acha encarregado de espalhar. Com este objetivo é que
ditamos O Livro dos Espíritos.” (Kardec, 1995).
A Escola de Aprendizes do Evangelho (2006) nos ensina o seguinte roteiro
para realizar a reforma íntima: 1) Cuidar do corpo (eliminar vícios); 2)
Trabalhar (praticar a caridade, amar incondicionalmente, ajudar o próximo); 3)
Conhecer (estudar as leis espirituais); 4) Autoconhecimento (base da reforma
íntima; necessário para identificar as potencialidades adormecidas para o bem;
identificar os defeitos e as circunstâncias que impedem a ascensão espiritual).
O evangelho nos ensina como ter uma vivência cristã e facilita o caminho para
entrar no mundo interior, propiciando condições para nos enxergarmos em relação
aos pensamentos e sentimentos que identificamos.
Bibliografia
Amigo de Jornada. Planeta Terra: Autotransformação
para sobrevivência das espécies. https://amigodejornada.blogspot.com/2011/08/planeta-terra-autotransformacao-para.html (https://amigodejornada.blogspot.com/search?q=planeta+terra)
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